É hoje um negócio “interessante” em várias ilhas dos Açores e com alguma expressão na vila das Lajes, refiro-me à actividade de Observação de Cetáceos.
Nunca será demais falar sobre este assunto que, goste-se ou não, teve como pioneiro e seu grande impulsionador oSerge Viallelle no seu http://www.espacotalassa.com/. A ele se deve toda a procura que as Lajes do Pico hoje conhece, nesta área turística. E mais uma vez aqui lhe expresso a minha modesta homenagem.
Felizmente outros se lhe seguiram: “Aqua Açores” http://www.aquaacores.com.pt e “Bela Vista – Alojamentos” www.lajesbelavista.com (desconheço de momento outros a operar no porto das Lajes – se existirem as minhas desculpas).
Foi aliás com base no número de “passageiros transitados” pelo porto das Lajes do Pico no verão de 1998 que deu justificação à iniciativa legislativa que então tive, em 19 de Outubro de 1998 após a 1.ª Bienal de Baleias dos Açores na vila das Lajes do Pico, entre 15 e 17 de Outubro desse ano, que veio a classificar o Porto das Lajes como porto de Passageiros entrando para a tutela da Administração de Portos dos Açores, conforme consagrou o “Decreto Legislativo Regional n.º 19/98/A - Altera o Decreto Legislativo Regional n.º 17/94/A, de 18 de Maio (rede de portos da Região).
De então para cá, as melhorias e ordenamento da bacia interior (lagoa) do porto das Lajes foi uma realidade e hoje o movimento de embarcações de pesca e de observação de cetáceos é muito animador mesmo em tempos de crise…
Tudo o que se fizer, nos mais diversos areópagos internacionais, para defender e desenvolver esta actividade de ecoturismo é investir no desenvolvimento turístico dos Açores e quem assim não o fizer, não o incentivar ou não o entender, não presta um bom serviço público aliás poderá, no limite, travar o desenvolvimento progressivo desta importante receita financeira dos empresários da nossa terra.
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Acontece que o jornal PÚBLICO de 2 deste mês noticiava: “Portugal falha reunião de comissão baleeira” e adiantava: “Portugal não vai estar presente por constrangimentos financeiros na reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional (CBI) (…) que poderá decidir a criação de um santuário para os cetáceos no Atlântico Sul. É a primeira vez que o país falha a reunião anual da CBI, desde que aderiu em 2002 à organização que regula a caça à baleia. (…) Portugal tem sido um dos membros mais activos na CBI (…) em 2009, a reunião foi realizada na Madeira e o comissário português Jorge Palmeirim vinha sendo cogitado como possível presidente da organização.” (fim de citação)
No dia 4 de julho no mesmo jornal podemos ler: “Baleias não ganharam santuário no Atlântico Sul – proposta foi rejeitada com vigorosa campanha contra japonesa.”
Claro que não foi pela falta do comissário português que não foi alcançado o “terceiro santuário para baleias do planeta, juntando-se aos já existentes no oceano índico (1979) e no oceano austral (1994)” embora fossem necessários 75% de votos favoráveis – votaram a favor 38 países e 21 contra – mas como bem sabemos à oportunidades que se vão perdendo, mesmo que não definitivamente… e até quem sabe que se, depois do santuário no atlântico sul, não poderíamos ambicionar a também reivindicar um outro santuário integrando a nossa ZEE marítima?
Será uma ideia descabida? Julgo que não e o futuro um dia poderá confirmá-lo…
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